Aula de Geografia, Prof. Diego - Urbanização de Natal

Nesta Quarta Feira o Prof. Diego (Geografia) reuniu o Ensino Médio no pátio do INTELECTUAL para falar sobre a urbanização de Natal e os seus efeitos na geografia metropolitana.
 
O conceito de urbanização implica no crescimento do contingente da população que vive nas cidades, de forma que o ritmo desse crescimento aumente ultrapassando o de um simples crescimento demográfico. Ou seja, para que ocorra, efetivamente, a urbanização em um local, é necessário que a população urbana cresça mais que a população das áreas rurais, havendo então um deslocamento de pessoas do campo para a cidade. Estes deslocamentos populacionais se procedem simultaneamente, entre os municípios próximos, de acordo com a intensificação das atividades econômicas.

O processo de urbanização e crescimento da cidade de Natal, desde 1940, vem se realizando de forma muito acelerada, devido às transformações ocorridas nas relações de trabalho no meio rural e a forma de expansão do modo de produção em vários setores e nas atividades primárias como a agricultura e pecuária. Em Natal, a concentração da população na área urbana dá-se por falta de trabalho e de condições de sobrevivência nas regiões rurais, esse crescimento provoca vários tipos de problemas devido às consequências do crescimento desordenado e descontrolado da cidade. Entre tais problemas podemos observar as favelas, violência urbana, falta de infraestrutura, engarrafamentos, desemprego e poluição entre outras problemáticas que podem ser observadas atualmente em Natal.

Criada já com caráter de cidade, oficialmente Natal nunca foi uma vila ou povoado. A urbanização da cidade ocorreu, inicialmente, através da colonização portuguesa e seu aumento populacional se deu por fatores diferenciados. Natal teve seu crescimento populacional e, consequentemente urbano, de maneira bastante lenta. Ao final do século XIX a cidade possuía, ainda, 16.056 habitantes.
Durante o domínio holandês, Natal passou por um processo de despovoamento, devido ao contraste entre os colonos portugueses e os invasores holandeses, que realizaram massacres impactantes na historia do Rio Grande do Norte, amedrontando a população natalense. Depois deste episódio a cidade só vivenciou o crescimento urbano.
No ano de 1942, com uma grande seca atingindo o interior do Rio Grande do Norte e, também, com a crise do algodão houve um grande fluxo de migrantes para a cidade, o qual foi responsável pelo surgimento de novos bairros, totalizando nove ao todo, no final daquele ano.

No período da Segunda Guerra Mundial, chegou a Natal cerca de 10.000 soldados norte-americanos, o que impulsionou o setor militar e incrementou a vida econômica, expandindo o comercio e estimulando o setor imobiliário. Esse surto populacional, consequentemente contribuiu para o crescimento urbano da cidade que relacionado ao desenvolvimento econômico, resultou em graves problemas para a cidade, que só seriam solucionados com a construção de habitações. Esse problema foi minimizado na década de 1970, quando Natal recebe fortes investimentos habitacionais, os quais foram financiados pelo Banco Nacional de Habitação (BNH). 
Esse programa habitacional expandiu a malha urbana da cidade, o que tornou necessário novos investimentos para a implantação de serviços, transformando o solo em moeda de troca das ações econômicas. A política habitacional não solucionou a falta de moradia, pois no inicio da década de 1970 a população favelada de Natal era cerca de 20.000 habitantes e no final da mesma década girava em torno de 50.000 habitantes, ou seja, a população que vivia em comunidades carentes cresceu.

O comercio de Natal, após a Segunda Guerra Mundial, ganhou um novo caráter. Antes o comercio da Cidade Alta era voltado para a população de renda mais elevada, enquanto o comercio da Ribeira era voltado para os de renda baixa. Após da guerra, o comercio da Ribeira entrou em decadência e o bairro foi tornando-se abandonado. Desenvolveu-se, no bairro do Alecrim, um novo comercio popular que possui, inclusive, algumas filiais das lojas da Cidade Alta.

Com a criação da SUDESTE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste), houve investimentos na infraestrutura da cidade e incentivo ao turismo, o que atraiu capitais privados, tais como hipermercados e shoppings. Em 1974, a cidade recebeu seu primeiro Plano Diretor que incentivou o turismo. Dez anos depois criou-se o Plano Diretor de Organização Físico-Territorial, o qual dividiu Natal em áreas urbanas. No ano de 1994, foi criado outro Plano Diretor que por possuir participação popular foi o mais democrático, apresentando uma forte preocupação com o meio ambiente e dividindo a cidade em bairros. O Plano Diretor mais recente foi elaborado em 2007, que pretende recuperar e proteger o meio ambiente da paisagem urbana, utilizando o território urbano de maneira justa socialmente.

Atualmente a cidade de Natal só apresenta crescimento vertical, pois a Região Metropolitana de Natal apresenta-se cornubada, não permitindo, portanto, seu crescimento horizontal. A quantidade, relativamente grande, de shoppings, supermercados, bancos, hotéis, restaurantes, e escolas entre outros pontos de agrupamento social transformam a paisagem urbana, modificando os aspectos urbanos e expondo alguns problemas sociais, anteriormente citados.

Fonte: http://retalhosdenatal.blogspot.com.br/2013/03/urbanizacao-de-natal.html




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