Entendendo o sentido de COMPETIR!


Fábio Brotto escreveu o livro “Jogos Cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar”. 
Se fizermos um paralelo entre competição e cooperação, percebemos qual caminho é mais adequado ao ambiente escolar (Professor Bruno Soldi).

Fábio Brotto, grande nome dos jogos cooperativos no Brasil, escreveu o livro “Jogos Cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar” [Editora Empório do Livro, 1995]. Quando me deparo com esta frase, “O importante é competir”, logo me remete as aulas de Educação Física na minha infância. Lembro-me de situações de frustração, raiva, angustia, enfim emoções ruins que eram “remediadas” pelo professor com a frase citada, “calma, o importante é competir, participar”.

Adiantava? Possivelmente não, aprendi a aceitar as derrotas e tentar de todas as maneiras evitá-las, mas isto não as tornou menos amargas. Simplesmente me acomodei com o fato de que um vai ganhar e o outro vai perder. Felizmente no meu caso, nem sempre eu perdia, mas e aqueles que nunca ganharam? Que motivação tem para jogar?

É neste ponto que considero essencial mudar o foco competitivo dentro da aula de educação física. É bastante válido lembrar que as aulas de educação física e a escola em especial, não são locais de formação de atletas, estamos formando estudantes, pessoas com caráter, que saibam respeitar o outro, capazes de construir um mundo melhor.

A Educação Física é uma das poucas disciplinas no currículo escolar que trabalha quase que exclusivamente com atividades em grupo. Sendo assim, é inegável a importância de jogos que tenham como foco, melhorar as relações entre os alunos.

Se fizermos um paralelo entre competição e cooperação, percebemos claramente qual caminho é mais adequado para o ambiente escolar. Segundo Brotto (2001), a competição é “um processo onde os objetivos são mutuamente exclusivos, as ações são individualistas e somente alguns se beneficiam dos resultados”. Por outro lado, o autor define cooperação como “um processo onde os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os resultados são benéficos para todos.”

Quero deixar claro que não estou aqui defendendo uma Educação Física baseada somente em jogos cooperativos. Percebo sim a importância de jogos competitivos dentro das aulas de Educação Física. Inclusive., utilizo as competições frequentemente. Entretanto, eles precisam estar pautados em valores cooperativos, pois se o importante é competir, o fundamental é cooperar.

Bruno da Silveira Soldi (brunosoldi@gmail.com) é professor de Educação Física do Ensino Fundamental II da Escola da Ilha. Graduado em Educação Física pela UFSC, é pós-graduando em Jogos Cooperativos pela Unimonte.

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