O conceito de urbanização implica no crescimento do contingente da população que vive nas cidades, de forma que o ritmo desse crescimento aumente ultrapassando o de um simples crescimento demográfico. Ou seja, para que ocorra, efetivamente, a urbanização em um local, é necessário que a população urbana cresça mais que a população das áreas rurais, havendo então um deslocamento de pessoas do campo para a cidade. Estes deslocamentos populacionais se procedem simultaneamente, entre os municípios próximos, de acordo com a intensificação das atividades econômicas.
O processo de urbanização e crescimento da cidade de Natal, desde 1940, vem se realizando de forma muito acelerada, devido às transformações ocorridas nas relações de trabalho no meio rural e a forma de expansão do modo de produção em vários setores e nas atividades primárias como a agricultura e pecuária. Em Natal, a concentração da população na área urbana dá-se por falta de trabalho e de condições de sobrevivência nas regiões rurais, esse crescimento provoca vários tipos de problemas devido às consequências do crescimento desordenado e descontrolado da cidade. Entre tais problemas podemos observar as favelas, violência urbana, falta de infraestrutura, engarrafamentos, desemprego e poluição entre outras problemáticas que podem ser observadas atualmente em Natal.
Durante o domínio holandês, Natal passou por um processo de despovoamento, devido ao contraste entre os colonos portugueses e os invasores holandeses, que realizaram massacres impactantes na historia do Rio Grande do Norte, amedrontando a população natalense. Depois deste episódio a cidade só vivenciou o crescimento urbano.
No ano de 1942, com uma grande seca atingindo o interior do Rio Grande do Norte e, também, com a crise do algodão houve um grande fluxo de migrantes para a cidade, o qual foi responsável pelo surgimento de novos bairros, totalizando nove ao todo, no final daquele ano.
O comercio de Natal, após a Segunda Guerra Mundial, ganhou um novo caráter. Antes o comercio da Cidade Alta era voltado para a população de renda mais elevada, enquanto o comercio da Ribeira era voltado para os de renda baixa. Após da guerra, o comercio da Ribeira entrou em decadência e o bairro foi tornando-se abandonado. Desenvolveu-se, no bairro do Alecrim, um novo comercio popular que possui, inclusive, algumas filiais das lojas da Cidade Alta.
Com a criação da SUDESTE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste), houve investimentos na infraestrutura da cidade e incentivo ao turismo, o que atraiu capitais privados, tais como hipermercados e shoppings. Em 1974, a cidade recebeu seu primeiro Plano Diretor que incentivou o turismo. Dez anos depois criou-se o Plano Diretor de Organização Físico-Territorial, o qual dividiu Natal em áreas urbanas. No ano de 1994, foi criado outro Plano Diretor que por possuir participação popular foi o mais democrático, apresentando uma forte preocupação com o meio ambiente e dividindo a cidade em bairros. O Plano Diretor mais recente foi elaborado em 2007, que pretende recuperar e proteger o meio ambiente da paisagem urbana, utilizando o território urbano de maneira justa socialmente.
Atualmente a cidade de Natal só apresenta crescimento vertical, pois a Região Metropolitana de Natal apresenta-se cornubada, não permitindo, portanto, seu crescimento horizontal. A quantidade, relativamente grande, de shoppings, supermercados, bancos, hotéis, restaurantes, e escolas entre outros pontos de agrupamento social transformam a paisagem urbana, modificando os aspectos urbanos e expondo alguns problemas sociais, anteriormente citados.
Fonte: http://retalhosdenatal.blogspot.com.br/2013/03/urbanizacao-de-natal.html
